sábado, 30 de abril de 2011

Domingo, dia do Senhor

Na noite deste sábado fui à casa da minha prima Sara para um sarau.
Cantamos muitas músicas. Boa parte delas do tradicionalíssimo Cantor Cristão - Hinário dos Batistas brasileiros (derivado do hinário bastista americano), por muitos anos e que segue sendo usado em muitas igrejas do país. As mais modernas adotaram o HCC - Hinário para o Culto Cristão.
Cresci ouvindo os hinos do Cantor Cristão e alguns da harpa, pois há um ramo - forte- da família da minha mãe que é assembleiana. Minhas primas são todas boas cantoras. Eu não canto nada, mas tudo bem, continuemos no assunto que interessa.
No sarau cantamos de Rude Cruz, o clássico dos clássicos, a Rosa Vermelha (Isabel Pacheco) do Luiz de Carvalho. Meu amigo (a), se você conhece Rosa Vermelha do Luiz de Carvalho, não vou mentir: você já entrou nos enta faz tempo! Tudo bem, é antiga, mas é linda (eu não sou desse tempo, mas como o povo lá de casa gosta muito eu aprendi a ouvir e gostar desde cedo). 
Ouvir Rosa Vermelha na voz Paulo Sampaio,é bom demais.O louvor chega ao céu mais rápido. Diz mais ou menos assim a letra da canção: Olhando este mundo Ele viu graaande multidão/ Andaaando sozinho sem nada na mão/Sua vida foi rosa vermelha cravada na cruz...No terceiro dia o mundo encheu-se de flores e a rosa vermelha de novo brotou.../ Jesus é o lírio dos vales Rosa de Sarom e até seus espinhos são marcas de amor. E hoje Ele vive a plantar um grande jardim, se você quiser serás uma flor...
Pois bem. No meio da cantoria eis que alguém pede pro Paulo Sampaio cantar uma música. Uma entre tantas - cantamos o salmo 24 - levantai ó porta as vossas cabeças, levantai-vos ó portais eternos! - solta o cabo da nau e por aí vai... Mas essa música, na verdade um hino do CC, me trouxe à memória coisas muito antigas. Era lá pelos tempos do ministério do Pr. Darciso na Igreja Batista do Bosque (ei, não sou velha, nessa época eu tinha uns quatro, cinco aninhos,se muito, viu?) Minha mãe sempre canta esse hino. 
Se fecho os olhos, a ouço cantando. para mim sempre terá o singelo nome de "Crer e observar". Acho que faz parte dos hinos de fidelidade, não tenho certeza.
Neste domingo, dia de Ceia, diante de algumas dificuldades e da extrema fidelidade do Senhor para conosco, me vem a certeza de que Deus não é só fiel, Ele é pai, amigo, socorro sempre presente. É Ebenezer e, por isso mesmo tem derramado, de forma abundante, sua shekinah nas nossas vidas.
Dias desses, conversando com uma amiga sobre uma pessoa da minha família que atravessa sérios problemas, ela me contava que não entendia como uma pessoa tão inteligente era capaz de fazer coisas tão negativas e ainda assim não perecer. Eu lembrei a essa amiga uma certeza que habita no meu coração: ela - essa pessoa - tal como eu, a Sara e todos da nossa família, temos herança. Somos filhos e netos de servos fiéis do Senhor. MInha vó creu e observou a Lei. Repassou isso aos filhos. O seu Crer e Ovbservar chegou até nós, seu netos e chegará os bisnetos, tataranetos...
Fomos e somos alcançados pela multiforme graça do Senhor. Não somos santos. Não somos puros. Temos defeitos, falhas, problemas. Mas, acima de tudo,  trazemos conosco a marca da promessa. É claro que, a quem muito é dado, muito será cobrado, mas essa é outra história..
É por isso que  transcrevo abaixo a letra de crer e observa.Talvez você não entenda nada do que está escrito aqui. Talvez entenda tudo. Quem sabe? Se puderes, apenas crer. E observa.
Um domingo abençoado a todos!

Em Jesus confiar (hino 301 do Cantor Cristão)Daniel B.Towner (1850-1919)
John H.Sammis (1846-1919)

Em Jesus confiar, Sua lei observar; oh que gozo que benção que paz!
Satisfeitos guardar, tudo quanto ordenar, alegria perene nos traz.

Crer e observar, tudo quanto ordenar
O fiel obedece, to que Cristo mandar

O inimigo falaz, e a calúnia mordaz; Cristo pode desprestigiar!
Nem tristeza nem dor, nem a intriga maior, poderão ao fiel abalar.

Crer e observar, tudo quanto ordenar
O fiel obedece,  ao que Cristo mandar
Que delícia de amor, comunhão com o Senhor; tem o crente zeloso e leal!
O Seu rosto mirar, Seus segredos privar; seu consolo constante e real.

Crer e observar, tudo quanto ordenar
O fiel obedece,  ao que Cristo mandar
Resolutos Senhor, e com fé zelo e ardor; os Teus passos queremos seguir!
Teus preceitos guardar, o Teu nome exaltar; sempre a Tua vontade cumprir.

Crer e observar, tudo quanto ordenar
O fiel obedece,  ao que Cristo mandar

Shopping e o mercado acreano

Leio na Folha de São Paulo de hoje que  a rede de restaurantes Giraffas avança na expansão pelo interior do país.No segundo semestre abrirá uma loja em Rio Branco. Trata-se da loja do shopping via verde, previsto para inaugurar em agosto. 
Passei pelas obras esses dias. Estão bem avançadas. Ao que consta a turma de lá resolveu cumprir as regras ambientais. Melhor assim.
Muitos empresários do Acre não estão dispostos a investir no negócio. Acham os preços das lojas altos demais. Podem até ter razão. Uma coisa é certa. O tal shopping, além de muitos atrativos - e nos seus primeiros meses muito congestionamento - vai abrir uma vagas de emprego para muitos acreanos. Isso é bom.
O Acre cresce e sua economia começa a dar os primeiros frutos. Não só na área do comércio. O shopping é só a ponta de lança.
Vamos aguardar o que vem por aí. De minha parte, como consumidora, só quero uma coisa: preços mais baixos, porque olha, tá dificil comprar roupas e outras objetos de necessidade básica no Acre, principalmente comida. 
Tudo é muito caro e qualidade nem sempre é das melhores.
Dias melhores virão realmente quando tivermos uma produção agrícola -sustentável - para abastecer o mercado local. 
Acho um abuso comprar banana de São Paulo a preço de caviar beluga (tá eu exagerei, mas os preços estão exorbitantes na feira e no mercado). E não é por falta de produção local. É porque a banana daqui, muito boa por sinal, está sendo toda exportada. 
Tive uma boa experiência na feira do peixe lá no Ceasa na dita semana santa. Comprei piau e tambaqui de boa qualidade. Paguei um preço razoãvel no quilo do tambaqui e um pouco mais caro pelo piau. Não é o ideal, ainda, mas  - sem dúvida - são valores bem mais baixos que as extorsões praticadas nos anos anteriores pelos peixeiros do mercado dos colonos. E pode melhorar mais. 
É assim que a economia cresce. Com produto de  boa qualidade e preço justo.
Pra ficar bom mesmo só falta em Rio Branco uma concorrência de verdade na área de supermercados.
Vamos aguardar.


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Alergia, essa linda

Tempo, tempo, tempo..
.
A chuvarada de ontem me deixou com frio no fim do dia e um leve mal estar.
Quando a coisa ficou mais complicada precisei cair na rede do bendito remedinho para alergia. Rá!
Eis que hoje de manhã acordei podre. Tossindo,dor no peito e falta de ar.
Mudança de tempo para quem tem alergia é assim: uma coisa linda e meiga.
E haja corpo e pulmão para aguentar a pancada.
Tô de molho. Em casa. Vic no peito e no nariz, nada de conversar - o cansaço não deixa - o negócio é esperar passar.
E pensar que o inverno amazônico nem terminou.
Que Deus me ajude a atravessar mais um verão sem muitas crises.

P.S Graça Oliveira é mesmo uma fofa. Mandou um link pra mim com dicas maravilhosas de como postar material no blog. Obrigadíssima!
E, Graça, quando vais colocar no ar teu blog? Estou ansiosa pelos teus textos!






terça-feira, 26 de abril de 2011

Um lugar



Um dia eu vou voltar naquele lago que ninguém sabe onde fica para banhar-me nas lágrimas do teu olhar.

Mil Acres


Aqui no trabalho a gente rala mais se diverte. Hoje pela manhã, lendo um pre-texto do Marcos Vinícius Neves, lembrei de imediato de uma música - linda!!! - do Beto Brasiliense que embalou muitas tardes e noites na grande aldeia que é Rio Branco. Eram os anos 1980. A lembrança levou-me longe. Nostalgia, amor, sentimento de pertença se misturaram a uma música antiga, mas sempre atual.

Logo em seguida o Marcos chega com um texto pronto e na abertura está lá:

"..acreditar em mil acres
na força dos fracos
ficar por aqui"

E isso nem era tudo. Tinha muito mais. A turma aqui tá editando uns vídeos de uma viagem ao interior. E foi então que um som deixou-me ainda mais nostálgica. Aarão Prado trouxe a música do Beto. O som dos mil acres ecoaram pelo prédio. Delícia de ouvir a sonoridade da voz do Beto neste final de manhã de muita chuva em Rio Branco, e a beleza da letra que compartilho com vocës:


 “Mil Acres”
        Beto Brasiliense

Em tantos mil hectares
milhares de acres
e a terra é de quem?

Vamos seguindo pro espaço vazio
com as matas queimadas
e as patas dos bois
na beira dos rios

Nas cabeceiras se fala
de tribos, índios arredios
que só se vê quando sonha
nas noites de frio

Estradas bem asfaltadas
arroz cor-de-rosa e leite azul
muita comida enlatada
e tudo que é útil, 1º de abril

Vamos andando pro espaço vazio
com as matas queimadas
e as patas dos bois
na beira dos rios

O pôr-do-sol multiplica
cores violentas: laranja e violeta
muita poeira e fumaça, anúncios do fim

Não tem segredo
não adianta ter medo
não adianta sair

acreditar em mil acres
na força dos fracos
ficar por aqui

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Até quando?

Fico me perguntando até quando vamos aguentar o abuso dessa travessia da balsa do Abunã, em Rondônia, na BR 364, a estrada que garante o acesso  de quem mora no Acre, aos demais Estados brasileiros.
Em reunião  realizada em março deste ano, os seis senadores do Acre e Rondônia - Jorge Viana (PT), Sérgio Petecão (PMN) e Aníbal Diniz (PT) da bancada do Acre, Acir Gurgacz (PDT), Valdir Raupp (PMDB) e Ivo Cassol (PP) da bancada de Rondônia - debateram com o ministro dos Transportes Alfredo Nascimento e o diretor do DNIT a necessidade da construção da ponte sobre o Rio Madeira.
Na época, o diretor do DNIT Antônio Pagot reconheceu que o projeto inicial da construção estava errado,   pois foi identificado um erro no cálculo, tanto no tamanho como na altura da ponte.
Pelo projeto inicial, a ponte teria 980m de extensão. Ou seja, seria construída com 200 metros de diferença em relação ao tamanho real e 20 metros mais baixa que deveria ser.
O erro foi detectado pelo Tribunal de Contas da União, que determinou, no final do ano passado, a suspensão do edital. Imaginem quem ficou feliz com isso. Com certeza não foi o povo do Acre, nem o de Rondônia.
Ressalte-se que, não fosse esse erro do edital, a obra seria iniciada este ano. Os recursos já foram disponibilizados nas ações do PAC.Enquanto a ponte não sai, o dono da balsa vai enchendo o cofre.
Diante da gravidade da situação, os senadores Jorge Viana e Valdir Raupp propuseram a realização de um novo edital e receberam a garantia do ministro Alfredo Nascimento e do diretor do DNIT de que um novo edital seria lançado, deesta vez com as especificações corretas. E é bom que seja, para que acabe de vez o monopólio do dono da balsa sobre o ir e vir de quem entra e sai do Acre.
Domingo,24, ao meio dia, o bloco de notas para pagar a travessia no sentido Rondônia - Acre, já tinha acabado. Era o bloco do dia inteiro. O grande movimento se deu pelo feriado da páscoa. Quem estava voltando pra casa, além de pagar para atravessar - R$ 12,50 é o menor preço - ainda teve de esperar - em média - duas horas para atravessar o rio.
Como muita gente não queria obedecer e esperar na fila, formou-se  um tumulto. Os caminhoneiros chegaram a fechar a estrada por mais de meia hora. Só com a chegada da Polícia Militar de Rondônia a situação foi contornada.
As fotos abaixo mostram um pouco da confusão por lá. Como sou analfa nesse negócio de postagem do blog, ainda não sei como colocar foto e texto de maneira decente.
Mas vou aprender.

A balsa II














Balsa

Cheguei ontem, domingo, a Rio Branco. Passei o feriado em Ariquemes (RO). Foram dias maravilhosos. Só uma coisinha básica atrapalhou um poucoo a ida e a volta: a balsa do Abunã.
Na ida foram ais de 40 minutos de espera, Na volta, duas horas no meio do sol quente, com gente furando fila, polícia organizando tumulto e caminhoneiro revoltado.
Vou escrever um pouco sobre isso daqui a pouco e postar fotos da palhaçada. Já está passando da hora de acabar o lobby do dono dessa balsa para impedir a construção da ponte.
Ainda bem que parlamentares do Acre e de Rondônia estão se unindo para garantir que a construção comece no ano que vem.
Carinhos meus a todos!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Carinho de amigo


Uma rosa e um cheiro a todos
Amigos verdadeiros são poucos e raros. Mas, aleluia! Eles existem. Eu tenho bons amigos. Verdadeiros, sinceros, solidários.
Nenhum deles freqüenta minha casa. Eu também não freqüento a casa deles. Mas somos amigos. Os últimos dias tem sido dolorosos, penosos, mas a força dos amigos me fortalece. Alguns deles nem sabem disso. Outros colocam o ombro amigo à disposição. Sou grata a todos eles.
Quero aqui agradecer especialmente algumas dessas pessoas.
Umas por terem ciência das coisas. Outras porque sem nada saber se aproximaram e trouxeram luz para os meus dias nublados. Obrigada às queridas Xanda, Raquel Alexandrino, Raquel Eline e Nilzete. Obrigada também pelo carinho, apoio e ombro amigo do Daniel Batistela e Paulo Sampaio. Sem vocês tudo seria muito mais difícil e doloroso. Obrigada Cris, D. Lucy e Cacá, colegas de trabalho pela paciência e carinho.

Gracias ao meu chefe que mais uma vez mostrou-se um amigo mais chegado que um irmão. Somos amigos para todas horas. As boas e aS más. Ele conta comigo e eu sempre posso contar com ele. Já caminhamos juntos pelo vale e alcançamos a planície inúmeras vezes. E ele sempre me estendeu a mão amiga na adversidade.

Assim permanecemos unidos no mesmo propósito que vai além da amizade ou do trabalho. É amor ágape. Amor compartilhado. Uma jóia rara.

Um super obrigado ao meu médico Rinauro Júnior. A ele deverei sempre muito, pois literalmente me livrou do vale da sombra da morte e, desde então, tem sido

um esteio, uma rocha. Há muito deixou de ser apenas um bom médico, para ser um amigo daqueles que a gente tem o carinho de irmão. Não fosse por seus cuidados, não atravessaria o deserto. Não fossem suas doces e as vezes duras palavras, o caminho seria muito mais doloroso. Ah, se todos os médicos cuidassem de seus pacientes como o Rinauro cuida dos seus!

Mas, quero também agradecer três pessoas queridíssimas que amo do fundo do meu coração pelas palavras carinhosas: Nena Neves, uma blogueira de mão cheia e mulher linda por dentro e por fora (o nome do seu blog – coração da Nena – já diz tudo: uma mulher virtuosa e de um  coração do tamanho do mundo). Seu comentário me trouxe alegria, carinho e, muito, muito amor do Pai.

Gracias, gracias pelo carinho da Graça Oliveira, que me acompanha por onde ando. Uma leitora assídua das maluquices que eu escrevo. Os jornalistas do Acre devem muito a você, leitora fiel de tudo o que se escreve por aqui. Graça, suas palavras domingo à noite foram bálsamos para o meu coração. Tu não tens idéia dee como alegrastes minh’alma.
E o meu muito obrigado também ao Renato, neurologista de mão cheia, amigo de longas datas que reencontrei no domingo. Seu carinho, seu afeto e seu sorriso alegram meu dia.
Só depois de escrever este post descobri, via twitter, que hoje é dia do amigo. Ou seja, escrevi o texto no dia certo.
Carinhos meus,
Charlene

sexta-feira, 15 de abril de 2011

UMA MULHER SEM NOME

Jorge Viana conversa com a dona da horta
Na visita ao Parque de Exposições Marechal Castelo Branco ontem a tarde, entre galpões divididos em quartos por lonas preste, gente indo e vindo, assessores por todos os lados, encontrei uma dona de casa.


Uma mulher simples. Vítima da fúria do rio. Sua casa está debaixo d’água. Na saída salvou o que pode. Aparentemente apenas mais uma entre tantas mulheres desabrigadas.
Os canteiros foram feitos em alguns baldes velhos de plástico e duas bacias daquelas de lavar roupa. Além dos temperos do dia-a-dia: cebolinha, coentro e umas pimentinhas, ela também cultiva alguns remedinhos. Hortelã, manjericão, boldo e malvarisco. Ervas que ajudam – e muito – a curar gripes, tosses, resfriados, etc..
Lá de casa também tem uma horta dessas com cebola de palha, coentro, hortelã, pimenta, chicória,  alfavaca, muitas flores e até uma bela plantação de tomates. 
Essa mulher que não conheço, embora esteja em uma situação de extrema calamidade – literalmente – não perdeu a fé, a esperança e, principalmente, o sentido de lar.
A horta lá de casa
Na conversa com o senador Jorge Viana e o prefeito Angelim, mostrou  os baldes e bacias da sua horta cheia de vigor e não escondeu a alegria por ter conseguido, apesar da inundação do seu quintal e da casa, salvar suas preciosidades.
Ela é  uma mulher sem nome, mas batalhadora e guerreira como milhares de acreanas espalhadas pelos quatro cantos dessa terra que Deus nos deu.
Um viva a todas elas!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Pela janela do carro...

Pela janela do carro eu vejo quase tudo, mas não entendo nada...

Apenas um olhar

O rio apruma a proa e se coloca no seu devido lugar. Prumodequê colocaram a escada aí, hein? Por acaso alguém pretende parar ou estacionar neste lugar?

Enquanto isso..

A menina me observa. Quem é mais curiosa, ela ou eu?

sábado, 9 de abril de 2011

Assim como você

A política do Acre é engraçada. Sempre. Mas ultimamente os atores tem se superado. Se por um lado alguns parlamentares da Frente Popular parecem fazer parte ds bancada de oposição, de outra parte, a oposição não se entende.
Os que deveriam ser aliados, se esforçam para aparecer bem na foto,enquanto seus amigos mais próximos trocam farpas públicas de deixar qualquer um de cabelo em pé. O que dizer de tudo isso? Sei lá! Esse povo tá louco! Ou serei eu que já não estou entendendo nada? Ê dúvida cruel!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

I have a dream

Não vou mentir. Sou fã do U2. Acho que me encantei pela voz do Bono e a guitarra do The Edge quanto tinha uns 12 anos. Em 1985, acho, quando foi lançada a primeira música em favor de África que depois - logo depois veio o live aid - o que era só uma febre adolescente se tornou um amor sólido.
Se pudesse estaria em São Paulo para assistir seus shows no Brasil. Não posso. Não dessa vez. Quem sabe da próxima.
Bem, deixando o caqueado de lado e indo ao que interessa: tem gente que acha Bono um cara chato. Chato porque fala de pobres. Chato porque se reúne com qualquer um que se disponha a ajudar os pobres de África, os pobres do  mundo.
O mundo de hoje, para muitos é de luxo, riqueza e glamour. Pobres não são bem vindos.
Hoje o Brasil chora os mortos de  Realengo, afinal não há como estancar essa ferida social que grita e nos encharca com o sangue infantil. . Do alto, o Cristo do Rio chora lágrimas de sangue.Mas não só hoje. Sempre.
Voltando ao Bono e ao U2. Leio nos sites que na visita  a Brasílianesta sexta-feira, ao passar pela capela do Alvorada, Bono puxou, ao lado da presidente Dilma, uma oração pelas crianças de Realengo. Por seus pais, seus familiares.
Como a ferida está sangrando, nos comovemos todos. Isso é bom. Mostramos que ainda temos sentimentos. Isso basta? Sim, dirão muitos. Não. Não basta. Milhares de crianças morrem todos os dias no Brasil. E no mundo. Elas precisam de nós. Quem vai orar por elas amanhã, depois de amanhã? Quem vai lhes ajudar a comprar o pão, o chinelo do mês que vem?
Pés descalços, feridas abertas

Mudando de assunto e permanendo no mesmo. Uma querida amiga missionária está em África do Sul. Há duas semanas mandou um e-mail sobre o trabalho que realiza lá com crianças. A foto que ilustra este post foi tirada por ela. São os pés de um menino africano que tem um sonho: colocar nos pés, uma vez que seja, uma sandália. Como ele não tem sandália e nem dinheiro para comprar uma, fez a suas próprias sandálias. De papel. Isso mesmo. Sinto muito, querido leitor: essa foto não tirei da internet, de um site não-sei-de-onde. Foi tirada em África por uma amiga. Vamos ajudá-la - e eu mais uns amigos - a comprar as sandálias que esse garoto sonha, mas isso não resolverá seu problema dele. Nem o de milhares de crianças que morrem todos os dias - de fome, sim de fome, - no Brasil e no mundo. Por isso eu admiro homens como Bono. Ele está fazendo alguma coisa. É chato ouvir o que ele diz? Pode ser. Mas, como dizem as Escrituras: quem tem ouvidos para ouvir ouça! Você me ouve?
 Se não me ouve, ouça Miss Sarajevo, uma música do U2 bem apropriada para os dias atuais. Um pouco mais abaixo, (ui!) outra música deles que lembra a morte do Reverendo Martin Luther King. Como ele, eu tenho um sonho. E estou procurando fazer minha parte. Sonhemos juntos!
Beijos!

Miss Sarajevo
Há momentos para ficar afastado
Momentos para desviar o olhar
Há momentos para baixar a cabeça
Para ir em frente com seu dia

Há momentos para usar kohl e batom
Momentos para enrolar o cabelo
Momentos para fazer compras na avenida
Para encontrar o vestido certo para se usar

Aí vem ela
Todos se viram para vê-la
Aí vem ela
Para receber sua coroa

Há momentos para fugir
Momentos para beijar e sair comentando
Há momentos para cores diferentes
Nomes diferentes que você acha complicado escrever

Há momentos para a primeira comunhão
Momentos para East 17
Há momentos para voltar-se a Meca
Há momentos para ser miss

Aí vem ela
Beleza atua como palhaço
Aí vem ela
Surreal com sua coroa

Você diz que o rio
Encontra seu caminho para o mar
E assim como o rio
Você virá para mim
Além das fronteiras
E dos desertos
Você diz que, como o rio
Semelhante ao rio
O amor virá
Amor
E eu não consigo mais rezar de forma alguma
E eu não consigo mais ter esperança no amor de forma alguma
E eu não consigo mais esperar pelo amor de forma alguma

Há momentos para amarrar fitas
Há momentos para árvores de Natal
Há momentos para arrumar a mesa
Há momentos quando a noite está congelante

PRIDE (In the name of love) U2

Um homem veio em nome do amor
Um homem veio e foi
Um homem veio ele para justificar
Um homem para subverter

Em nome do amor
O que mais em nome do amor?
Em nome do amor
O que mais em nome do amor?

Um homem foi pego numa cerca de arame farpado
Um homem que resiste
Um homem lavado numa praia vazia
Um homem traído com um beijo

Em nome do amor
O que mais em nome do amor?
Em nome do amor
O que mais em nome do amor?

Manhã cedo, 4 de Abril
Tiros zumbem nos céus de Memphis
Livre ao final, eles pegaram a sua vida
Eles não poderiam pegar o seu orgulho

Em nome do amor
O que mais em nome do amor?
Em nome do amor
O que mais em nome do amor?

Em nome do amor
O que mais em nome do amor?
Em nome do amor
O que mais em nome do amor?

Glória - U2

Glória
Eu tento cantar essa canção
Eu, eu tento ficar de pé
Mas não consigo encontrar meus pés.
Eu, eu tento falar bem alto
Mas apenas em você eu estou completo.

Glória
Em ti, Senhor
Glória
Exultai
Glória
Glória
Oh, Deus, solte meus lábios.

Eu tento cantar essa canção
Eu, eu tento entrar
Mas não consigo encontrar a porta
A porta está aberta
Você esta lá, você me deixou entrar.

Glória
Em ti, Senhor
Glória
Exultai
Oh, Deus, se eu tivesse alguma coisa
Qualquer coisa
Eu daria a você.

Glória
Em ti, Senhor
Glória
Glória.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Entre amigos



Encontrar amigos é das melhores coisas que existe. Tenho poucos amigos, muitos conhecidos. Mas, me orgulho muito dos amigos que tenho. Nos dias de sol e nos dias de chuva, estão sempre ao meu lado. Fazem-me rir e ajudam-me a enxugar as lágrimas.
A quarta-feira,06, foi particularmente difícil. Muito trabalho, probleminhas aqui e ali. No meio da tarde um amigo precioso me liga. Conversamos um bom tempo. Literalmente um anjo enviado por Deus. Suas palavras funcionaram como bálsamo de Gileade no meu coração e no meu corpo. Já em casa, mais amigos por perto. Pronto. O que era para ser um dia daqueles, foi um dia de muitas vitórias, alegrias e renovo do Espírito Santo de Deus.
Assim são os amigos. Quando a gente grita eles nos acodem. Uns nem precisa gritar. Deus ouve o nosso clamor e os envia até nós. Por isso continuo gostando daquela música: “quão bom e quão maravilhoso é, que os irmãos vivam em união...
Dou graças a Deus pelos meus amigos!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

UMA SAGA DE IMIGRANTES

Ganhei de presente do amigo Marcos Vinícius das Neves, uma preciosidade. Trata-se do livro Dinheiro na estrada, uma saga de imigrantes de Emil Farhat. Fiquei encantada com o regalo.
Cedro, símbolo do Líbano
 As falas da matriarca libanesa que permeiam a história e as cartas de seus filhos que vieram para o Brasil – provavelmente no mesmo período que veio meu avô-, são de uma riqueza ímpar. Não bastasse a importância histórica pessoal, ainda tem trechos interessantes da história do Acre do início do século passado, quando por aqui chegaram os primeiros Mohameds, Nagibs, Salims, Daou's, Nassifs, Ales, e Mustafas e etc..
Descobri na primeira página uma poesia de rara beleza. É, na verdade, uma linda oração de gratidão ao Brasil. Há mais libaneses no Brasil do que no Líbano. Em sua grande maioria gente de boa cepa. Não são terroristas em potencial como querem fazer crer alguns. Faço minhas as palavras de Elias, afinal, sou neta de um destes muitos homens que por aqui chegaram, casaram e ajudaram a construir a nação brasileira.
Um adendo: O cedro está para o Líbano como a seringueira para o Acre. A diferença é que os libaneses se orgulham de sua árvore símbolo, presente inclusive na bandeira do país. Sua força, importância e imponência  foi cantada em prosa e verso por muitos autores. Também teve grande destaque nos escritos bíblicos.  

Eis o poema de Elias:
Se cortássemos todos os cedros do Líbano
- e os cedros são nossa fonte de inspiração;
e com eles erigíssemos aqui um templo
cujas a torres atravessassem as nuvens;
se arrebatássemos de Balbeck e de Palmira
os vestígios de nosso passado glorioso;
se arrancássemos de Damasco o Túmulo de Saladino,
e de Jerusalém o Sepulcro do redentor dos homens;
se levássemos todos esses tesouros
a esta grande nação independente
e a seus gloriosos filhos;
sentiríamos que ainda assim,
não pagamos tudo que devemos
ao Brasil e aos brasileiros.
Elias Farhat – setembro de 1922
Com estes versos, o poeta árabe Elias Farhat, que viveu quase toda a sua vida no Brasil, foi o vencedor do concurso promovido em 1922 pelos sírios-libaneses de São Paulo. O poema seria gravado em bronze, na base do monumento com que a colônia homenageava o 1º centenário da independência do Brasil. Os versos foram traduzidos por Afonso Bagib Sabbag

terça-feira, 5 de abril de 2011

Marcas do que se foi



O filme 2012 gerou muita polêmica e uma frase de efeito bastante usada nas redes sociais, quando alguém se refere a algo extraordinário, polêmico, absurdo e até mesmo ridículo. #2012? #2012Feelings são algumas da tags usadas. Não é o único. Há há outros termos.  Oi? ComoFaz? Hã? também são bastante usados.
Lendo os sites, blogs e jornais do Acre nos últimos dias, confesso que a vontade é de usar todas as tags juntas, embora os manuais de boas práticas das redes sociais não recomendem.
Dia desses, durante um show de humor, um colega caiu na besteira de trollar a mais linda cidade do Acre, Sena Madureira. Levou um pito. E não foi meu. Uma conterrânea, que não deixa nada barato saiu-se com essa: onde você tem uma cidade que tem prefeito a cada dois meses?
Fiquei martelando essa pergunta, um bom tempo. Sena Madureira outrora pacata e querida cidade cercada por seus rios e igarapés é hoje terra devastada.
Sua elegância e exuberância parece ter se perdido no tempo. Nos últimos anos, a fogueira das vaidades, o egoísmo de muitos e estupidez de  uns outros, transformaram Sena em lugar de vergonha e desencanto.
Enquanto o egoísmo, a vaidade, a estupidez reina sobre a classe política, o povo sofre. E sofre muito. Uma cena política dantesca que nos faz lembrar a trágica história de Romeu e Julieta.Mas não há nada de romântico nisso.
Na guerra dos Montechios e Capuletos  de Sena Madureira, o que está em jogo não é o amor pela cidade. O que está em jogo é o poder de uns poucos sobre os demais. Assim, perdura a máxima do quanto pior melhor. não importa o povo, a cidade. Importa o poder. E a destruição do inimigo, ainda que ele seja o seu amigo de infância, seu irmão, parente, ou aderente. 
25 de setembro de um ano qualquer da década de 1960. O de batina à esquerda é Padre Paolino
E, sim, o que era uma pequena discórdia paroquial se transformou em guerra. E a praça da guerra é, literalmente a 25 de setembro.
Até quando? Até quando essa gente continuará destruindo a cidade? Até quando a vaidade de poucos se sobreporá à necessidade do povo?
O que me desanima, voltando às tags das redes sociais é saber que o problema não será resolvido em 2012. Ao contrário. Pelo andar da carruagem, tende a piorar.
Enquanto isso, usando outro termo comum nas redes sociais, só nos resta rezar.
 #Oremos!