Aqui no trabalho a gente rala mais se diverte. Hoje pela manhã, lendo um pre-texto do Marcos Vinícius Neves, lembrei de imediato de uma música - linda!!! - do Beto Brasiliense que embalou muitas tardes e noites na grande aldeia que é Rio Branco. Eram os anos 1980. A lembrança levou-me longe. Nostalgia, amor, sentimento de pertença se misturaram a uma música antiga, mas sempre atual.
Logo em seguida o Marcos chega com um texto pronto e na abertura está lá:
"..acreditar em mil acres
na força dos fracos
ficar por aqui"
E isso nem era tudo. Tinha muito mais. A turma aqui tá editando uns vídeos de uma viagem ao interior. E foi então que um som deixou-me ainda mais nostálgica. Aarão Prado trouxe a música do Beto. O som dos mil acres ecoaram pelo prédio. Delícia de ouvir a sonoridade da voz do Beto neste final de manhã de muita chuva em Rio Branco, e a beleza da letra que compartilho com vocës:
“Mil Acres”
Beto Brasiliense
Em tantos mil hectares
milhares de acres
e a terra é de quem?
Vamos seguindo pro espaço vazio
com as matas queimadas
e as patas dos bois
na beira dos rios
Nas cabeceiras se fala
de tribos, índios arredios
que só se vê quando sonha
nas noites de frio
Estradas bem asfaltadas
arroz cor-de-rosa e leite azul
muita comida enlatada
e tudo que é útil, 1º de abril
Vamos andando pro espaço vazio
com as matas queimadas
e as patas dos bois
na beira dos rios
O pôr-do-sol multiplica
cores violentas: laranja e violeta
muita poeira e fumaça, anúncios do fim
Não tem segredo
não adianta ter medo
não adianta sair
acreditar em mil acres
na força dos fracos
ficar por aqui
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